Quando contemplo o teu poder

Quando contemplo o teu poder,
estimado Mestre de Nazaré,
meus conceitos de onipotência,
se tornam todos revirados pelo avesso
e minha compreensão de ser teu discípulo,
fica profundamente desconsertada
e confesso isso envergonhado.


Quando contemplo o teu poder,
estimado Profeta da Galiléia,
o teu Evangelho da justiça e da fraternidade,
com aguda lucidez me interpela,
ele não promove identidades fechadas,
nele não há poder de uns sobre os outros,
e cada um precisa cortar em si mesmo

toda forma de egoísmo.

Quando contemplo o teu poder,
estimado Messias rejeitado,
a tua vida se faz caminho de conversão,
onde o sentido do poder humano é revelado,
só é legítimo ser soberano de si mesmo,
e decidir, com autonomia

e responsabilidade, o projeto a seguir:
viver esta vida de forma voltada para si mesmo
ou colocar-se, por amor, a serviço dos outros


Belo Horizonte, 26 de setembro de 2021.
Dia do migrante e do refugiado.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 9, 38-43.47-48).

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