Às vezes eu me sinto como Marta,
vivo agitado, vou me envolvendo,
e me perco entre muitos afazeres,
estressado, experimento incômodo,
uma verdadeira pontada de inveja,
quando me deparo com uma Maria,
inteiramente entregue a te escutar.
Outras vezes me sinto como Maria,
absorvido, pensativo, circunspecto,
e a vida se desnuda sem pudores,
repleta de vias, mistérios, encantos,
e, então, eu começo a ser cobrado,
pela Marta que dentro de mim habita:
você vai ficar aí parado até quando?
É decisivo lidarmos com Marta e Maria
nos tornarmos contemplativos na ação,
pararmos pra escutar, discernir, poetar,
antes de decidir qual o caminho seguir,
e não permitirmos que nosso cotidiano,
assuma este ritmo frenético, alucinante,
mas também saber o momento de servir.
Ó Mestre dos caminhos que nos libertam,
dá-nos o precioso dom do discernimento,
para que no dia a dia dessa vida corrida,
saibamos afirmar a hora de ser Maria,
e permanecermos a teus pés para ouvi-lo,
e também assumirmos a hora de ser Marta,
no amar, cuidar e servir a mesa da irmandade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 08 de outubro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 10,38-42).
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