Pela memória perigosa de tua vida encarnada entre nós

Após a prisão de João, o profeta,
ao percorrer a região da Galileia,
as tuas ações evangelizadoras,
despertaram numerosas buscas,
e atraíram centenas de pessoas:
as palavras que de ti escutavam,
as práticas que testemunhavam
eram recebidas como interpelação,
chamado de conversão à Deus,
adesão à proposta de Vida Nova.

Tu lhes abrias horizontes novos,
a proximidade do Pai celestial
como fonte de amor entre nós,
e a presença atuante do Reino,
como um dinamismo libertador,
que transformava realidades,
sobretudo a vida de sofredores,
doentes, oprimidos e pecadores,
e os pobres recebiam Boa Notícia.

Todos se experimentavam curados,
percebiam que eram filhos e filhas,
e muito amados do Abba celestial,
eram libertados do que lhes afligia.
E assim, quem vivia na escuridão,
sem horizontes de uma nova aurora,
agora, encontravam, irradiando de ti,
por palavras fortes e por ações,
o acesso à beleza da luz divina,
a iluminar o caminho a ser trilhado!

Dá-nos, pela memória perigosa,
de tua vida encarnada entre nós,
a graça de recebermos as curas,
que tu sabes que nós precisamos,
para termos acesso à luz divina,
e a firmeza de João, o profeta,
para trilharmos o teu caminho.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 06 de janeiro de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mt 4, 12-17.23-25).