Ficamos a imaginar, João

No início dos anos 1950, ao longo de mais de seis décadas de solidariedade sororal integral, respeito e resgate da cultura e da autoestima promovido por um pequeno grupo de religiosas da Fraternidade das Irmazinhas de Jesus, de Charles de Foucault, que ficaram conhecidas como as "parteiras dos Tapirapé", povo Apyãwa renasceu.
No início dos anos 1950, ao longo de mais de seis décadas de solidariedade sororal integral, respeito e resgate da cultura e da autoestima promovido por um pequeno grupo de religiosas da Fraternidade das Irmazinhas de Jesus, de Charles de Foucault, que ficaram conhecidas como as "parteiras dos Tapirapé", povo Apyãwa renasceu.

Ficamos a imaginar, João,
o impacto de tua pregação
sobre teus ouvintes atentos:
a necessidade de purificação,
conversão e mudança de vida,
diante da iminência premente
da irrupção do Reino de Deus.

Ficamos a imaginar, João,
aqueles e aquelas sedentos como nós,
de uma Palavra portadora de Força Vital:
atentos, abriram seus corações à Luz,
irradiada de tua profecia do alto,
e, solícitos, acolheram a Força divina,
brotada das palavras de tua boca.

Certamente, como hoje,
muitos não te levaram à sério,
mas outros acolheram o batismo
e não continuaram a mesma vida
uma vida centrada na busca infinda
de ilusória autossatisfação material,
ou de insana e imoral acumulação.

Ficamos a imaginar, João,
tua incontável alegria interior
ao discernir a profecia se realizar:
primeiro, ao batizar teu primo Jesus,
e perceber a presença inefável de Deus,
e, depois, ao saber por teus discípulos,
que Jesus estava batizando também.

Ficamos a imaginar, João,
a clareza com que assumiste
a missão profética de precursor,
ao saber que Jesus iniciou a missão,
tu testemunhaste aos teus discípulos:
“Esta é a minha alegria e ficou completa.
É necessário que ele cresça e eu diminua!”

Ao contemplar a tua vida, João,
e a realização de tua profecia do alto,
pedimos a Deus o dom da tua sabedoria,
sermos fiéis precursores do caminho de Jesus
nos alegrarmos plenamente e nos recolhermos
ao discernirmos presente e atuante entre nós,
o dinamismo libertador do Reino de Deus hoje.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 11 de janeiro de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 3, 22-30).

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