Quando somos animados pela fé,
impulsionados pelo desejo de acertar,
e contemplamos o nosso viver e conviver,
oh Mestre dos caminhos que nos abrem o céu,
nós nos perguntamos por qual caminho seguir:
a tua vida e o teu Evangelho são fontes de lucidez!
“Eu estava com fome e não me destes de comer;
eu estava com sede e não me destes de beber;
eu era estrangeiro e não me recebestes em casa;
eu estava nu e com frio e não me vestistes;
eu estava doente e não cuidastes de mim;
eu estava na prisão e não fostes me visitar…”
Alguns parecem que querem complicar,
outros fingem e proclamam não compreender,
ou o problema está na cegueira-surdez egoísta?
Tu nos abres um caminho concreto a seguir:
com liberdade e intrepidez, deixar-se moldar,
na olaria criativa do cuidar, servir e amar.
“Eu estava com fome e me destes de comer;
eu estava com sede e me destes de beber;
eu era estrangeiro e me recebestes em casa;
eu estava nu e com frio e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim;
eu estava na prisão e fostes me visitar.”
Tu anuncias, com gestos e com palavras,
com testemunho profético desconcertante:
amamos a Deus amando os nossos irmãos!
O critério ético que nos abre as portas do céu,
não é o seguir a ritos ou preceitos de uma religião,
mas se encontra ao cultivo do amar, cuidar e servir.
Dá-nos, Senhor Jesus, hoje, amanhã e depois,
o dom de tua firmeza, de tua fidelidade ao Reino:
no cuidar, com presteza e solicitude, de quem sofre,
no partilhar, generoso de si, com quem necessita,
no dispor a socorrer ao que se encontra perdido,
no dar as mãos, com fé e política, nas lutas diárias:
por justiça e dignidade, com todos à mesa da irmandade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 19 de fevereiro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mt 25, 31-46).
Imagem: Pedro Casaldáliga, profeta jesuânico que partilhou a totalidade de sua vida com os povos originários e os mais pobres e excluídos do Araguaia.Diante da crescente desigualdade, opressão e violência fratricida, dizia: “Somos soldados derrotados de uma causa invencível!”
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