Ao celebrarmos o teu Natal, digamos não a todo egoísmo e hipocrisia

Por que encontramos tantos Herodes cegos ontem e hoje,
oh Jesus, Chama divina de Amor, Caminho de Salvação,
alarmados com a determinação dos Magos a procurar-te,
negam tua encarnação entre os pobres como fonte de libertação?

Talvez embriagados pela ânsia torpe do ter, do prazer e do poder,
homens e mulheres negam reconhecer a direção da “Estrela guia”,
temem deixar o conforto e a segurança dos “palácios de Jerusalém”,
e trilhar os caminhos da periferia para encontrar-te, hoje, em “Belém”.

Para acolher o teu Natal entre os pobres como Boa Nova,
como chamado divino de conversão às exigências do amar,
importa abrir as portas de nosso coração e os nossos cofres,
e, com disposição solícita, colocar-nos a caminho de “Belém”.

Que as famílias, os grupos de amigos e as comunidades de fé,
ao celebrarmos o teu Natal, digamos não a todo egoísmo e hipocrisia,
demos testemunho de vida nova e compromisso com a justiça e a paz,
cuidemos do lugar de todos à mesa da dignidade, partilha e irmandade.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 24 de dezembro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 2, 1-12).