Tua coragem e teimosia proféticas,
oh Apóstola dos Apóstolos de Jesus,
revelam a dignidade humana da mulher.
Teus feitos colocam o dedo na ferida,
testemunham uma realidade agredida,
por vis interesses do poder patriarcal,
a da inferiorização-dominação da mulher,
causa de tantas vidas femininas ceifadas,
da cruenta barbárie dos graves feminicídios,
situação abjeta que ainda hoje tentam esconder,
e que muitos se recusam enxergar ou reconhecer:
a mulher está entre as vítimas mais vulneráveis do ódio.
A tua relação de intimidade e afeto com Jesus,
oh Profetisa da libertação das mulheres oprimidas,
foi causa primária de uma história de ciúme e ódio,
contra a igual dignidade entre homens e mulheres.
Você intimidou a muitos homens, inclusive a discípulos,
que tentaram, em vão, invisibilizá-la na história da Igreja,
diminuir a importância decisiva de teus feitos no Evangelho,
mas foste teimosa no anunciar teu encontro com o “Rabuni”,
no testemunhar a consolação inusitada recebida da graça divina,
a intervenção inédita do Abba em ressuscitar seu Filho da morte,
e na missão de testemunha que tu recebeste do próprio Jesus Ressuscitado:
“Vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai”!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 22 de julho de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (João 20, 1-2.11-18).
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