O teu povo vive em tempos sombrios,
oh Profeta da proximidade do Reino,
nesse país desigual, injusto e excludente,
de uma gente alegre e de fé esperançada.
A tua experiência de fé com a filha de Jairo
e a sofrida mulher hemorroíssa que o tocou,
nos faz desejar caminhar sempre contigo
e, assim, atravessar para a outra margem.
Lá onde a cultura da indiferença não alcançou,
onde a compaixão solícita diante do sofrimento
é critério decisivo de discernimento e decisão,
pois, cuidar da vida digna é o imperativo maior.
Lá onde a cultura patriarcal não reina absoluta,
onde a iniciativa e a ousadia da luta da mulher
é acolhida, reconhecida, estimulada e valorizada:
A tua fé te curou! Vai em paz! Está livre da doença!
Que os teus discípulos e discípulas de hoje,
oh Mestre do Caminho para a outra margem,
concretizem “uma Igreja decididamente samaritana”,
iluminada pela tua compaixão com os sofredores,
e pela tua sensibilidade com as lutas dos oprimidos,
sedentos pela dignidade dos filhos amados de Deus.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 01 de fevereiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 5, 21-43).
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