Visíveis sinais de alerta

Quando nossas experiências cotidianas,
o que vemos e escutamos pelo caminho,
o que cheiramos, tocamos, provamos…
se tornam banais e o coração insensível,
elas perdem o seu poder de nos convocar:
provocar reflexão, interpelação, conversão.

Quando nossas experiências coloquiais,
a desigualdade social, a exclusão, a fome…
acontecem desacompanhadas de reflexão,
sem a percepção de seus impactos em nós,
elas perdem o seu poder de nos convocar:
provocar mobilização, paralização, transformação.

Quando nossas experiências habituais,
pela rotina ou por um insano corre corre,
se esvaziam de densidade ecoética…
passam a ser visíveis sinais de alerta,
simultaneamente causa e consequência,
de um insalubre processo de desumanização.

E quando nos tornamos seres desumanizados,
quase tudo, em nosso interior, se torna anódino,
sem força para impulsionar mudanças decisivas:
a Boa Nova da presença solícita do Abba querido,
a luz e a criatividade da Ruah divina dentro de nós,
a tua práxis libertadora e profética do reinado de Deus.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 27 de julho de 2023.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 13, 10-17).
Foto: Brasil de Fato

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