Diante da tua iracúndia no Templo,
muitos entre nós ficam assustados,
outros ficam um pouco preocupados,
esquecem que a tua vida nos revela
a beleza do projeto salvífico de Deus:
um caminho que precisa ser trilhado,
com discernimento e busca de clareza,
no cultivo diário da entrega e fidelidade.
Engana-se aquele que considera
usar dois pesos e duas medidas,
amar a Deus e ao poder do dinheiro:
quem pode ser fiel ao Abba querido,
com presença assídua no Templo,
e uso de refinada estética religiosa,
e profanar o sagrado impunemente,
ao manipular a boa fé das pessoas,
e usar o nome de Deus e da religião
para explorar e até obter privilégios?
O que mais alegra o nosso coração,
oh Mestre da via que nos salva,
é que, com teu olhar, nos alcança,
e tu nos conheces lá por dentro,
assim, teu amor por nós é sincero,
o teu julgamento é sempre justo,
e, movido pelo amor-compaixão,
a tua ação visa a nossa libertação.
Dá-nos, Jesus, o dom da Ruah divina,
Luz para alcançarmos a tua lucidez,
Força para trilharmos o caminho árduo
que tu nos abriste com tua vida profética!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 02 de março de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 2, 14-25).
Imagem: Registro de um conflito no templo de Serra Pelada, onde se exigia o sacrifício de vidas humanas, numa busca insana por riqueza e dignidade. Muitos seres humanos perderam a sua vida. Foto: Sebastião Salgado.
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