Os fariseus e os escribas, digo com tristeza,
não conheciam o rosto de teu Abba querido,
por isso eles não conseguiram o reconhecer,
acolher, com alegria, o teu profetismo do Reino,
a tua capacidade de acolher, de se aproximar,
de se alegrar e de conviver com os pecadores
e com aqueles que eram considerados impuros.
Implacáveis no julgamento dos erros alheios
não conseguiam irradiar a misericórdia divina,
nem sair em busca de encontrar e de restaurar
a dignidade das ovelhas perdidas ou feridas.
Que alegria conhecer o teu zelo profético diferente,
oh Profeta do Reino da misericórdia divina,
que encarna, em tuas atitudes, a presteza em ajudar,
a disposição de sair a procura das pessoas perdidas:
das que estão mergulhadas nos porões da humanidade,
das que estão abatidas sob o peso da dor da exclusão,
das que estão machucadas em sua dignidade humana,
a tua capacidade de expressar alegria pelo reencontro,
pelo resgate da dignidade agredida e curar as feridas.
Tu me revelas a presença de Deus amorosa e solícita,
e desperta em mim grande desejo de ser teu discípulo hoje,
de ajudar a concretizar a tua Igreja hospital de campanha,
preocupada em ajudar e cuidar, com espírito de irmandade,
das feridas dos irmãos caídos pelo caminho ou perdidos.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 24 de junho de 2022
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 15, 4-7).
Foto: Pe. Julio Lancelotti, profeta da dignidade dos pobres, e a cruz dos pobres de Deus em situação de rua.
Seja o primeiro a comentar