Tu ensinas a não desprezar os pobres,
não os considerar incômodo estorvo,
os filhos pobres são os prediletos do Pai.
Tu ensinas a incluí-los na mesa da irmandade,
pelo cultivo da lógica do amor-partilha
e apoio solidário às suas lutas libertárias.
Tu me ensinas a dizer categórico não:
a ser conivente com a indiferença social,
a contribuir com a violência estrutural,
a tolerar calado as injustiças ao meu redor,
a trilhar a senda do ódio ou da vingança,
pois, escolhemos ser testemunhas do Reino.
Tu me ensinas o projeto de vida
coerente com a perspectiva do Reino:
cultivar a ética da retidão interior,
promover a verdadeira paz inquieta,
defender as causas da justiça social,
e, como profetas, não temer perseguições.
Louvado sejas, Mestre do Caminho,
pela luz e a força da Ruah divina,
por revelar a beleza do Deus estradeiro
que trilha junto conosco essa caminhada
de busca diária da vida nova do Reino
na partilha do pão, da vida em comunidade.
Belo Horizonte, 07 de novembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 5, 1-12a).
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