Tu és bem mais que um Mestre do Caminho

É tão fácil a gente encher o peito,
e, em nome da fé cristã, se ajoelhar,
e te proclamar o Onipotente:
– Meu Senhor e meu Deus!”,
– Só Jesus Cristo salva!,
e ter posturas fechadas ao diálogo,
e conviver sem compromisso ético,
com a justiça e o amor ao próximo.
Não podemos jamais nos esquecer
que até mesmo os espíritos malignos,
são capazes de assim te reconhecer:
“eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!”
Depois de 2000 anos de história,
nós cristãos precisamos reconhecer,
que a declaração pública de nossa fé
não significa a conversão diária a Deus,
nem a acolhida transformadora do Reino,
ou o cultivo da justiça e da humildade aprendiz.
Dizer a fé não é sinônimo de vivência coerente,
de compromisso ético-humanista,
de ser solidário e fraternosororal,
no partilhar a nossa vida e o que somos,
com os pobres, vulneráveis e oprimidos.
Que o reconhecimento de tua autoridade,
e a contemplação de tua coerência,
oh Profeta do Reino de Deus,
me comprometa com a Vida Nova,
pois, bem mais que Mestre do Caminho,
tu provocas minha diária conversão a Deus,
tu me chamas a ser um irmão universal,
desde os mais pobres, excluídos e oprimidos:
por isso, mais que a graça do chamado para te seguir,
dai-me a graça da tua fidelidade ao projeto do Reino,
nesta complexa sociedade urbana, tecnológica e internética
mas, socialmente, tão injusta e excludente em que vivemos!
Belo Horizonte, 11 de janeiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcus 1, 21b-27).

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