Teus discípulos e tuas discípulas
tomaram a decisão de te seguir,
as multidões sedentas e famintas
te procuravam para ser saciadas,
já alguns fariseus te buscavam
para pô-lo à prova e o condenar.
A conversa girou sobre a família,
nosso Deus permite o divórcio?
Quem perguntava sobre o fato,
será que queria, de fato, saber?
Nele havia o desejo de conversão,
transformar a dureza do coração?
Tu nos revelas que Deus é amar,
paciência e misericórdia infinita,
cujo projeto salvífico universal,
implica processo de libertação,
passagem do poder dominação,
ao cultivo do amar, cuidar, servir.
Por que Moisés permitiu o divórcio?
Para acabar com a violência doméstica,
para impedir a banalização do feminicídio,
para combater a hipocrisia patriarcal,
capaz de destruir a dignidade da vida,
sem violar a prescrição legal do adultério.
Não foi assim que Deus criou a família,
como mero contrato ou fardo pesado,
a fez como núcleo de amor partilhado,
sem o amar não há autêntica família,
nem haveria o que, de fato, separar.
Que não se separe quem vive o amar,
pois, Deus é Amar, o Verbo da vida!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 24 de maio de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 10, 1-12).
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