Somos seres de ritos,
símbolos, linguagens,
mística, e espiritualidade,
experiências de beleza,
tempos de gratuidade,
espaços de liberdade,
tocam a alma e o coração,
são fontes de humanização.
No entanto, com facilidade,
tudo pode se tornar vazio,
cair em pura exterioridade,
e em hipócrita formalidade:
quando nós os realizamos,
só por rotina ou obrigação,
para manipular e explorar,
ou, por meio deles, lucrar.
São realidades sagradas,
não devem ser vendidas,
compradas por dinheiro,
com espírito capitalista,
se deturpam por dentro,
sem amor e gratuidade,
perdem o brilho e o poder,
de nos envolver e curar.
Sim, são realidades sagradas,
que não valem em si mesmas,
não são independentes da fé,
nem de nossa abertura interior,
de nossa entrega verdadeira,
ou de nossa acolhida sincera.
Exigem postura de firmeza,
disposição para a luz divina.
Em toda realidade sagrada,
há forte dimensão coletiva,
que nos organiza em roda,
anima as nossas cirandas,
e para busca do bem viver,
exige certa cumplicidade,
zelo no amar, cuidar e servir,
à preciosa mesa da irmandade.
Confiantes hoje te pedimos,
ó Jesus, profeta fiel do Abba,
dá-nos de teus preciosos dons,
teu Sopro de amor, Ruah divina,
pra a busca diária do bem viver,
no dinamismo libertador do Reino,
fermento de amor, justiça e paz,
e sempre atuante no meio de nós.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 09 de novembro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 2, 13-22).
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