Ser teu discípulo, Jesus,
é chamado que me encanta,
desafio que me amedronta:
por que me envias a tua frente,
se sabes que a missão me ultrapassa?
Ser teu discípulo, Mestre de Nazaré,
é causa de profunda alegria,
fonte de temor que desassossega:
quando olho o tamanho da messe,
confesso, minha pequenez aparece.
Ser teu discípulo, Profeta da Galiléia,
descortina vastos horizontes novos,
destrói certezas e seguranças lógicas:
passamos a acreditar na fraqueza dos lobos
e apostar, apaixonadamente, na força dos cordeiros.
No entanto, oh Mestre do caminho,
por saber que me conheces por inteiro,
teu jeito confiante de me enviar para a messe,
é fonte que encoraja a enfrentar meus receios,
e o contemplar tua alegria ante o Reino, já presente,
me dá a certeza de um Deus estradeiro, sempre com a gente.
Dai-me, então, estimado Irmão do caminho,
o dom precioso de tua paz sempre inquieta,
que me faz acreditar na força dos mais fracos,
irmanar nas lutas dos pobres e dos oprimidos,
discernir caminhos que nos levam ao bem viver,
ser criativo na partilha da vida, no amar e no servir.
Belo Horizonte, 30 de setembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 10, 1-12).
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