
Nós nos realizamos no convívio amoroso,
mas nos perdemos num egoísmo insano:
no desejo compulsivo pelo que dá prazer,
na ânsia insaciável pelo ter-acumulação,
na sede incontrolável de poder-dominação:
poderemos nos libertar desta trágica ilusão?
Deus, por amor, te enviou a nós, Filho amado,
para nos revelar um caminho que nos liberta:
é preciso acolhermos com fé a Luz entre nós,
e, com firmeza na Força que Deus oferece,
cultivarmos todos os dias e com todo primor,
a centralidade do amar, do cuidar e do servir.
Por que é difícil para uma pessoa entender,
e discernir a novidade que tu nos proclamas?
Que o Reino de Deus está presente entre nós:
Reino de amor e justiça que liberta do egoísmo,
Reino que revela a nossa verdadeira identidade,
Reino que nos irmana e que nos compromete.
Por que é tão difícil acolhermos o Reino
e abandonarmos a sua mentalidade anterior,
fonte de tanta agressividade nas relações
e que provoca tamanhos males entre nós:
relações de dominação e/ ou de exclusão,
de desrespeito, de violência e de crueldade?
Dá-nos, o dom de tua Luz e Força criativa,
para rompermos com a cultura do egoísmo,
para também não desejarmos fazer remendos,
ou colocarmos este Vinho Novo que nos trazes,
por comodidade, em odres da velha mentalidade:
não, sem remendos e sem odres velhos, meu Deus!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 2, 18-22).
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