Não consigo imaginar, confesso,
oh Profeta do amor que liberta,
a tua última ceia, tão singela,
memorial de toda a tua missão,
sem a presença das mulheres,
sem tuas corajosas discípulas.
Por que elas foram invisibilizadas?
Não consigo entender, confesso,
oh Profeta da fratersororidade,
por que o profético gesto do lava-pés,
não se tornou a fonte de tua Igreja,
o centro de irradiação para a missão,
as balizas da Vida Nova: amar e servir.
Por que há tantas relações de dominação?
Que a tua atitude diante da negação de Pedro,
seja alicerce da tua Igreja casa da misericórdia,
e que a profecia do lava-pés seja compreendida,
seja a fonte de inspiração para a busca de Vida Nova
e o grande critério de conversão para a Igreja sinodal!
Edward Guimarães
Belo horizonte, 14 de abril de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (João 13, 1-15).
Pintura: A Última Ceia, de Bohdan Piasecki, 1988, com a presença dos discípulos e discípulas.
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