Muitos batizados e batizadas
já não querem te seguir,
pois, muitos que se afirmam
ser teus discípulos e discípulas
se esquecem da força da beleza,
de discernir os fortes apelos
e acolher as urgências da messe,
as grandes responsabilidades
e os irrenunciáveis desafios,
pra participar de tua missão.
Muitos já não se reconhecem
cordeiros entre os lobos,
e nem assim desejam ser,
muito pelo contrário,
agindo em teu nome,
se revelam lobos vorazes
entre cordeiros vulneráveis,
ou são lobos entre os lobos,
sem o anúncio-testemunho
da Boa Nova para os pobres.
Muitos já não acreditam,
ó Jesus, Mestre do caminho,
na centralidade do desapego,
no ser portador coerente
do Evangelho do Amor presente,
do Reino da justiça e da paz.
Eles já não curam os doentes,
e, insensíveis aos necessitados,
são eles próprios os doentes,
os necessitados de tua cura.
Dá-nos, ó Mestre ensinador,
o Sopro de teu Amor criativo,
pra que sejamos Francisco hoje,
na Igreja em conversão sinodal,
no cuidar da mesa da irmandade,
no ser hospital de campanha a curar,
tantos doentes da acumulação,
no ter, no poder e no prazer,
e da desesperança na presença atuante
do Reino da justiça, do amor e da paz.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 18 de outubro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 10, 1-9).
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