Pra não desistirmos de aprender a amar

Oscar Romero, como Jesus, deu a sua vida para aprendermos a amar verdadeiramente. Mas os vinhateiros homicidas continuam a fazer suas vítimas. Até quando, Senhor Jesus?
Oscar Romero, como Jesus, deu a sua vida para aprendermos a amar verdadeiramente. Mas os vinhateiros homicidas continuam a fazer suas vítimas. Até quando, Senhor Jesus?

Quando por ti 
nós fomos criados,
por causa do amar,
esse verbo tão poderoso,
e, ao mesmo tempo,
fonte de vulnerabilidade,
Tu nos deste dons especiais,
e entre eles o da liberdade,
pois, somente quem é livre,
pode amar de verdade.
 
Não entanto, Tu sabes,
ó nosso Abba querido,
o quão árduo é tal aprendizado,
trilharmos as vias íngremes do amar,
e o quão fácil é nelas nos perder,
por não termos assimilado limites,
nem cultivado o senso do respeito,
por não termos experimentado
a alegria de partilhar com os outros, 
por não termos nos libertado do egoísmo,
do nosso instinto de possessividade,
da tendência diabólica ao apego,
e desse medo torpe de perdermos:
os “objetos” de nosso desejo,
as “fontes” que nos dão prazer.
Não aprendemos a confiar em Ti.
 
Mas Tu não desistes de nós,
e, com paciência e misericórdia,
não cansa de nos enviar profetas,
e Tu nos envias o teu próprio Filho,
pra nos revelar o teu amor por nós,
e o Caminho que nos leva até Ti,
pra participarmos de tua alegria,
de tua plena comunhão de Amor.
 
Teu Filho se abaixa até nós,
e assume os nossos limites,
e, por amor, se torna um de nós,
e apesar dele nos ensinar, 
com amor e oceânica bondade,
a discernir a tua direção,
a acessar às suas fontes,
e contemplar, desde aqui,

a beleza do fim do Caminho:
nós, com insensatez, o matamos.
 
E como se tamanho Amor, 
ainda não nos bastasse,
Tu ressuscitas teu Filho da morte,
confirmando aquele caminho, 
que ele trilhou com fidelidade.
E, junto com o Ressuscitado,
de forma surpreendente,
nos enviam teu Sopro de Amor,
a Fonte de luz divina em nós, 
Fonte de força criativa e coragem,
pra não desistimos nos desafios,
e, diante das muitas dificuldades,
termos firmeza pra seguir o Caminho,
pra não desistirmos de aprender a amar.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 03 de junho de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 12, 1-12).

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