Teus ensinamentos do Reino de Deus e teu agir profético libertador,
oh Mestre do projeto histórico salvífico do nosso Abba querido,
dão clareza solar e conteúdo à missão de anunciar e testemunhar
a proximidade do dinamismo do Reino de justiça, misericórdia e paz,
e revelam os desafios de assumir hoje o teu jeito de amar e de servir:
não se pode acolher a fé cristã sem nos comprometer com a defesa da vida,
da dignidade da vida ameaçada, agredida, maltratada, ferida, violentada.
Teus discípulos e discípulas são chamados a aprender como ser sinodais,
no compartilhar os desafios da missão e nas alegrias deste jeito de caminhar:
ante a tentação de se lobo, a assumir decididamente a postura do cordeiro,
não ceder à tentação de usar a violência, de dominar a seus irmãos e irmãs,
renunciar categoricamente ao porte e ao uso de armas contra o próximo,
a ser incansáveis e teimosos na construção diária da paz que brota da justiça,
na busca de ser fiel à vida nova pautada pelo cuidado dos pobres e sofredores.
Neste contexto sombrio de globalização do egoísmo e da indiferença social,
diante da fome de tantos irmãos e da negação dos seus direitos fundamentais,
de contínua agressão à boa política pela cultura do ódio e da via da mentira,
de destruição do senso coletivo da cidadania pelo uma economia que mata,
pautada pela busca insana e pela esperteza de uns poucos de acumular bens:
que a tua Igreja em saída para todas as periferias, Igreja pobre e para os pobres,
seja fiel à sua missão de ser testemunha profética da justiça do reinado de Deus,
defensora infatigável da igual dignidade sagrada dos filhos e filhas de Deus pobres.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 18 de outubro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 10, 1-9).
Foto: Registro do pe. José Comblin, testemunha de uma Igreja profética, pobre e para os pobres.
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