Impressiona-nos fortemente,
ó Profeta do Evangelho do Pai,
a resistência e firmeza de fé
da mulher e mãe cananéia,
que, aflita, de ti se aproxima,
e lança o seu grito insistente:
– Filho de Davi, eu te imploro,
socorrei-me neste meu sofrer,
e a minha filha liberte do mal!
Impressiona-nos, ainda mais,
como lidaste com a estupidez,
e a indiferença dos discípulos,
que, diante do grito da mulher,
não foram capazes de escutar,
de acolher a que está a sofrer,
e queriam do incômodo se livrar.
Tu fizeste sábio discernimento,
e, de forma crítica e autocrítica,
foste capaz de rever o teu olhar,
de alterar a dinâmica da missão.
Dá-nos, ó Mestre do Caminho,
diante do grito dos sofredores,
os dons de tua terna compaixão,
e da tua escuta atenta e solícita,
tão aguçada na vida de tua Mãe,
e de discernirmos, sabiamente,
os caminhos que nos libertam,
da postura de indiferença social
e do julgar os pobres e sofredores,
estorvo que precisamos nos livrar!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 07 de agosto de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mt 15, 21-28).
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