Há tanta surdez em nosso tempo,
para o grito do pobre oprimido,
cuja fome não pode esperar,
pela urgência de encontrar alimento,
oh Profeta do Reino da justiça,
que o teu profético “abre-te”,
presente em tua ação libertadora,
interpele de forma lancinante,
a todos os teus discípulos e discípulas
para o anúncio-testemunho do Reino.
“Imediatamente os ouvidos se abriram,
a sua língua se soltou e começou a falar
sem dificuldade em seu Caminho.”
Que a tua Igreja de portas abertas
e em saída para todas as periferias,
seja ciente de que quem não escuta,
terá grande dificuldade para anunciar
e de testemunhar o Reino de Deus…
que ela escute o grito da terra e dos pobres,
e, ao cultivar essa necessária “escutatória”,
que a sua oratória seja profética libertadora,
solidária com a luta por terra, teto e trabalho.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 11 de fevereiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 7, 31-37).
Foto: Registro de dom Pedro Casaldáliga em postura de saída para a necessária escuta do grito do pobre oprimido.
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