Quando se tem bem presente,
oh Mestre do caminho,
que o dia a dia da vida da gente,
pode se tornar algo apequenado,
e ser levado de qualquer jeito,
ser vivido sem busca de coerência,
sem postura aprendiz e sem diálogo,
sem respeito, ternura, partilha e amor…
E que até mesmo a nossa vida cristã,
pode perder sua originalidade e beleza,
e deixar de ter qualquer profundidade,
ser vivida sem qualquer desafio cotidiano,
de conversão ao dinamismo do Reino,
e se tornar uma realidade medíocre,
sem adesão a um projeto de Vida Nova,
centrada na justiça e na fratersororidade…
Então, teus alertas aos discípulos e discípulas,
sobre os perigos de uma vida sem tempero,
adquirem a força de um chamado à profecia:
importa cuidar e respeitar a sagrada dignidade
dos pequeninos, pobres, excluídos e oprimidos,
romper, pra valer, com a lógica do pecado social,
e, porque o Reino de Deus é uma conquista diária,
se implicar, de forma radical, com o Reino da Vida,
pois, viver em paz uns com os outros brota da justiça!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 9, 41-50).
Foto: Registro da luta profética dos movimentos populares pela dignidade dos pequeninos, pela reforma agrária e por políticas públicas de apoio à agricultura familiar.
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