
Mesmo quando a Mãe Terra,
com sua grande generosidade,
nos oferece tudo com fartura,
de um lado, nós construímos
acumulação para uns poucos,
e, do outro, gritos e lamentos,
de muitos pobres e famintos.
É que quando nos tornamos
seres avarentos e egoístas,
com mentalidade materialista,
o apego nos torna escravos,
e desenvolvemos dificuldades,
de confiar no poder de Deus,
que emerge do amor generoso,
que suscita a partilha dos bens
e o esforço coletivo e fraternal,
para que em todas as mesas,
haja alegria e a festa do pão.
No entanto, ó Jesus, mestre fiel,
nosso curador e libertador do mal,
o Pai celestial não desiste de nós,
Ele, por amor, te enviou até nós,
para que com a sabedoria do alto,
nos revele o teu caminho de luz,
a força milagrosa do amor-partilha
que multiplica e a ninguém deixa faltar,
e nos dá acesso à fonte da Vida Eterna,
pois desperta uma mentalidade nova,
e a alegria de amar, cuidar e servir.
Confiantes nós te pedimos, Jesus,
que todos os irmãos experimentem,
pelo nosso testemunho comunitário,
que o pouco com Deus Pai é muito,
dá sustento para todos com sobras,
mas o muito, sem este amor-partilha,
cria a vã ilusão de possuir abundância,
e oferece a falsa noção de segurança,
mas que, na verdade, nos condena,
à descrença na mesa da irmandade,
e às trevas desta abjeta desigualdade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 02 de maio de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Jo 6, 1-6):
“Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”
Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.
Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.”
Seja o primeiro a comentar