Interessante a nossa vida,
oh Mestre do Caminho,
a acontecer sempre ao vivo
sem ensaios e treinamentos:
quantos erros nós cometemos,
nas lidas do aprender a viver
e a conviver uns com os outros
pautado pelo respeito e a justiça?
Em todo erro, leve ou grave,
em cada acontecimento vivido,
em cada ação impensada,
em cada violência sofrida,
em cada pecado cometido,
tem um í de irremediável:
como lidar com este fato?
Carregar o peso das culpas,
cultivar sentimentos de ódio,
alimentar o desejo de vingança,
pagar com a mesma “moeda”,
fazer “justiça” com as mãos…
são saídas míopes e ilusórias
pois, faz mal a quem foi vítima,
e faz mal a quem fez vítimas,
não cura as feridas profundas,
não conserta o que foi quebrado,
não traz de volta a vida ceifada
e não suscita uma Vida Nova.
O perdão é o caminho da luz,
que liberta do irremediável,
do mal cometido ou sofrido.
O perdão é o caminho divino
pois, é Deus agindo em nós:
mobiliza energias profundas,
ilumina o coração em trevas,
transcende a situação trágica,
integra a dor e o sofrimento,
descortina horizontes novos,
engendra olhares inusitados,
descobre outras margens,
desperta forças impossíveis,
encoraja o dar novos passos,
provoca o participar das lutas
contra tudo que ameaça a vida.
Dai-nos, Senhor, a graça do teu perdão
e a de aprendermos a perdoar sempre!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 22 de março de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 18, 21-35).
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