Não é nada fácil acolhermos o teu Evangelho,
oh Mestre dos caminhos do Reino de Deus,
pois, ele traz o desafio do caminhar juntos,
da crucial conversão à sinodalidade aberta,
na qual nos reconhecemos iguais em dignidade,
nos comprometemos com a eliminação da violência,
e nos acolhemos como membros da mesma família.
Provocados pela experiência da graça de sermos amados,
pela graça de sermos filhos e filhas do teu Abba querido,
somos desafiados a comungar a utopia da mesma mesa,
mesa da irmandade, que partilha a fé, a justiça e a igual dignidade.
A lógica do teu Evangelho é libertadora,
oh Profeta do projeto salvífico universal,
dinamizada pela centralidade do amar,
pela necessária opção pelos pobres,
pela busca de inclusão dos marginalizados:
nela não há busca insana de poder, ter e prazer,
pois, se trata do reinado da justiça e da irmandade.
Para quem acolhe e se deixa transformar pelo Reino,
oh Profeta fiel até as últimas consequências da cruz,
há exigências éticas contínuas e irrenunciáveis,
que implicam profunda mudança de mentalidade.
Por isso não se pode mais viver do mesmo jeito,
urge eliminar as raízes do egoísmo de nosso meio:
toda busca de dominação, acumulação e exploração.
Isso demanda conversão de todos nós ao amar e servir,
requer exercício diário de partilha de tua fé no Abba querido,
e da utopia-profecia do bem viver em comunidades sinodais.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 25 de julho de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 20, 20-28).
Foto: A luta diária pelo bem viver tem uma raiz feminina que afeta e interpela a todos nós, homens e mulheres provocados ao compromisso com a defesa da vida e da igual dignidade e dos direitos fundamentais de todos. Talvez seja a própria presença da Ruah divina em cada um de nós.
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