Nos interpela e nos desafia

Este nos dar acesso
ao teu olhar tão singular,
para cada um de nós,
e para os irmãos e irmãs,
que no meio de nós,
estão marginalizados,
menosprezados,
excluídos,
olhar que nos acolhe,
totalmente, como estamos,
com tudo o que somos:
nos fascina e nos liberta,
pois restaura a chama,
que irradia a luz divina,
lá dentro de nós
e nos humaniza.

Sim, este teu olhar acolhedor,
acompanhado de tua postura,
tão livre de julgamentos,
de condenações definitivas,
de distinção entre as pessoas,
de descarte de irmãos e irmãs,
revela-nos, como boa nova,
o rosto terno do Pai celestial
seu amor incondicional por nós,
amor que faz seus filhos e filhas,
amor que gesta entre nós,
a grande mesa da irmandade.

Este amor que tu nos revelas,
com fidelidade e coerência,
nos interpela e nos desafia,
a também praticarmos,
e de modo incansável,
incondicional e gratuito,
o perdoar e o socorrer,
o partilhar o que temos,
e tudo o que somos,
movidos pelo Evangelho:
amar, cuidar e servir,
aos nossos irmãos e irmãs,
e a partir e sobretudo,
dos empobrecidos,
dos que estão doentes,
enfraquecidos, marginalizados,
e submergidos pelo sofrimento.

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 08 de março de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 5, 27-32).