– Ninguém usa retalho de pano novo,
para se remendar uma roupa velha,
o remendo novo, quando ele se encolhe,
rasga a roupa velha e aumenta o buraco.
Fazer jejum pode ser algo muito importante,
pois, el pode nos iluminar, fortalecer e libertar,
e nos tornar mais livres diante de nossos desejos,
seu objetivo é nos fazer livres para amar e servir.
Mas, atenção, não deve ser um princípio absoluto,
quando nós o fazemos, simplesmente, por obrigação,
por dever ou até por mera tradição, não é libertador,
inclusive pode ser praticado com diabólica hipocrisia,
e, assim, perder todo e qualquer sentido libertador.
– Ninguém põe vinho novo em odres velhos,
se alguém fizer isso, os odres velhos rebentam,
o vinho se perde, e os odres ficam estragados,
por isso o vinho novo é posto em odres novos.
Seguir uma religião pode ser algo decisivo,
ela pode nos iluminar, fortalecer e libertar,
nos tornar membros ativos de uma comunidade,
nos capacitar para participar da mesa da irmandade.
Mas, atenção, a religião não vale por si mesma,
quando ela ocupa a centralidade da nossa vida,
quando se torna autorreferencial ou se absolutiza,
pode se deturpar, deixar de ser sacramento do Reino,
e, assim, perder todo e qualquer sentido libertador.
Dai-nos, Jesus, Profeta do Reino de Deus em ação,
o dom de tua liberdade, de tua fé e de tua oração,
para crescermos na consciência ser filho e ser irmão,
assumirmos a corresponsabilidade no projeto de Deus,
e cultivarmos a tua práxis libertadora do amar, cuidar, servir.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 15 de Janeiro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 2, 18-22).
Foto: Registro de um abraço bem jesuânico de dom Helder Camara.
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