No corre corre da vida que hoje levamos,
oh Mestre dos caminhos que nos libertam,
perdemos o nosso equilíbrio e saúde interior,
nos sentimos frequentemente como Marta,
a reclamar de quem vive diferente de nós.
Levamos a vida de uma forma muito agitada,
e andamos preocupados com muitas coisas,
de coisas que não dependem somente de nós,
coisas sobre as quais nós não temos controle:
isso suga as nossas energias e tira a nossa paz.
A tua resposta inusitada à interpelação de Marta,
o teu convite a contemplarmos com outros olhos,
a atitude liberta e a postura de escuta de Maria,
tem poder de despertar a nossa sede de tua paz,
por isso nós te pedimos o dom do discernimento,
da hora certa de sermos Marta ou sermos Maria.
Nós precisamos da coragem de tua amiga Maria,
de parar os afazeres, de aquietar o nosso coração,
para escutarmos pra valer a tua Palavra libertadora:
sim, a tua Palavra é lâmpada para os nossos pés,
a tua vida é luz divina e profética para o nosso caminhar.
Que neste dia especial de memória de Francisco de Assis,
teus discípulos e discípulas escutem com toda atenção,
e que a tua Igreja seja um sinal visível de tua presença:
onde houver a cultura do ódio, da indiferença social,
que ela testemunhe a beleza de amar e de servir;
onde houver violência e ofensas aos pequeninos,
que ela seja solidária às vítimas e denuncie os algozes,
e apresente o caminho libertador da solidariedade solícita;
onde houver discórdia provocada por mentiras e fakenews,
que ela seja escola de diálogo aprendiz e de respeito mútuo;
onde houver dúvidas de qual entre os caminhos seguir,
que ela anuncie a fé na caminhada e a esperança na verdade;
onde houver tristeza, solidão, abandono e sofrimento,
que ela mantenha as suas portas abertas para acolher,
e oferecer carinho e a alegria do Reino da irmandade;
onde houver trevas, pessimismos e desilusões,
que ela acenda luzeiros para reencantar a política,
que convoque os jovens para realmar a economia:
que juntos, de mãos dadas, trilhemos o caminho que liberta.
Edward Guimarães
Belo Horizonte,04 de outubro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas10, 38-42).
Imagem: Francisco e seus companheiros cuidando dos doentes.
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