A tua fé e a tua lucidez nos ultrapassam,
carregamos infindas lancinantes indagações,
que se tornam agudas e sem respostas cabais…
Por que, quando crescemos, perdemos…
o encantamento com cada novo dia de vida,
a alegria com as descobertas ao longo do caminho?
Por que demoramos tanto a aprender…
a beleza de sermos sensíveis, amáveis e íntegros,
desapegados e dialogicamente solícitos e solidários?
Por que o sofrimento é tão necessário…
nossa busca por prazer se torna insana e egoísta,
e desenvolvemos um ilusório sentimento de posse?
Por que com tantos avanços científicos…
e esse gigantesco desenvolvimento tecnológico,
ainda não conseguimos erradicar a miséria e a fome?
Por que, mesmo com pedagogias criativas…
não eliminamos a nossa arrogância e violência,
uns com os outros, com os animais e o nosso Planeta?
Por que não acolhemos bem os profetas…
especialmente a esses que emergem entre nós,
não só os perseguimos, mas procuramos os eliminar?
Dá-nos, Jesus, os dons de tua fé no Abba e da lucidez,
no fazer da própria vida anúncio-testemunho do Reino,
e no defender a dignidade de todos à mesa da irmandade.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 04 de março de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 4, 24-30).
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