Manhã de sexta-feira,
Igreja das Fronteiras,
portas ainda fechadas,
e a estátua do Dom,
São Helder Camara,
em postura acolhedora,
de profeta testemunha,
do Evangelho roubado,
sim, a Boa Nova do Pai,
que Jesus nos anunciou,
e foi tirada dos pobres.
Ao registrar com foto,
a Igreja das Fronteiras,
eu reflito se aos pobres,
se devolve a Boa Nova,
com presteza solítica,
em todo gesto de amor.
Reajo teimoso e insisto,
que todo ato de amor
tem o poder de romper,
as correntes do pecado,
de egoísmo e desprezo,
e de indiferença social.
Mas lá dentro do peito,
um silêncio eloquente,
memórias proféticas,
da Igreja dos pobres,
ressuscitam em mim:
pobres são libertados,
ou eles nos libertam,
nos abraços fraternos,
nos gestos de amor,
nas lutas infindas
por dignidade e vida?
Interpelado por Jesus,
com fé militante afirmo:
dom Helder Camara vive!
Edward Guimarães
Recife, 22 de novembro de 2024.
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