No meio das tempestades bravias da vida,
quando o nosso frágil barco é acossado,
e, das ondas do mar, se encontra à deriva,
nossa vulnerabilidade vem à tona bem forte,
somos tentados a claudicar diante do medo,
por julgar que Deus, de nós, se encontra distante,
e, em vez de cultivarmos a tua fé, pensamos que dormes,
enquanto perecemos, indefesos e abandonados.
Por que tanto medo,
homens de fé apequenada?
Por que tantos receios,
se estou sempre convosco,
junto no vosso barco?
Que tuas palavras a teus discípulos e discípulas,
aos membros de tua Igreja peregrina e militante,
sempre necessitada de conversão e de reformas,
provoque outra postura nas várias situações limite,
e, por cultivarmos a tua fé-entrega nas mãos do Pai,
e acolhermos o dinamismo libertador do Reino presente,
cientes de que a tua Ressurreição brota da fidelidade,
vitória sobre a cruz dos poderosos e do poder da morte,
que tenhamos a teimosia e resiliência profética dos pobres,
a resistência indígena-quilomba contra o abjeto colonialismo,
a força das mulheres em luta contra o diabólico patriarcalismo,
no seio da família e nas dinâmicas da sociedade e da tua Igreja.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 12 de janeiro de 2023
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 8, 23-27).
Foto: Registro da posse das ministras Anielle Franco, ministra da Igualdade racial, e Sônia Guajajara, ministra dos povos indígenas.
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