Eis o teu filho amado

Quando uma tragédia,
sem nos pedir licença,
invade a nossa vida,
e tudo se desordena,
em nossa fragilidade,
nós ficamos à deriva,
impotentes, perdidos,
sem saber pra onde ir.

A dor se faz lágrimas,
pedimos teu socorro,
e aos céus elevamos,
a Deus nossa prece:
Vinde em meu auxílio,
Senhor, Deus da vida,
e escute o meu clamor,
e cure a minha dor!

Num cortejo fúnebre,
bem às portas de Naim,
tu ouviste um tal clamor,
e cheio de compaixão,
resoluto te aproximas,
de uma desconhecida,
em grande sofrimento,
inconsolada mãe viúva.

Submergida no pranto,
sentia uma dor infinita,
provocada pela morte,
de seu único rebento,
que ao céu entregava,
com tristeza oceânica:
receba em teus braços,
ó Pai, meu filho amado.

Então, de tua pessoa,
ó Filho amado de Deus,
de repente e surpresa,
com sua fé de alcançar,
de tua boca ela escuta,
a tua inusitada palavra:
Não chores, ó mulher,
eis o teu filho amado.

Não dava para duvidar,
ó Jesus, Filho tão amado
de nosso Abba querido,
de tuas mãos ela recebia,
vivo, o seu filho querido,
pois da morte regressara,
agora lhe sorria e falava.
Que glórias sejam dadas,
por nós, e todos os dias,
a Deus Pai, fonte da vida,
a Deus Filho, o redentor,
e ao Divino Espírito Santo,
presença de Deus em nós!

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 02 de novembro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lc 7, 11-17).

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