E vós, quem dizeis que eu sou?

Atualmente nós encontramos,
oh Profeta do Reino de Deus,
tantas versões sobre tua pessoa,
tantas compreensões variantes,
que são visivelmente conflitantes,
e frontalmente contraditórias,
seja sobre tuas palavras e ações,
seja sobre o conteúdo do Reino.

Tais linguagens são anunciadas,
na sociedade plural onde vivemos,
de dentro e de fora da tua Igreja,
que necessitamos urgentemente,
como os teus discípulos outrora,
nos fazer tuas perguntas incisivas,
Quem dizem os homens que eu sou?
E vós, quem dizeis que eu sou?

E para que não ouçamos hoje
o que Tu disseste a Pedro:
– Vai pra longe de mim, Satanás,
pois tu não pensas como Deus,
e sim com a cabeça dos homens”.
precisamos explicitar o sentido
que Tu deste ao Reino de Deus,
e do messianismo que assumiste.

Uma coisa é reconhecermos
o valor e a beleza da liberdade,
outra seria o permanecermos
no nível da pura subjetividade,
quando o que está implicado,
é o que dá sentido ao chamado,
ao que é celebrado no Batismo,
ao agir missionário de tua Igreja.

Que teus discípulos e discípulas,
com a luz e a força da Ruah Divina,
contemplem a tua fidelidade ao Reino,
até as últimas consequências na cruz,
e concretizem a Igreja Povo de Deus,
uma Igreja decididamente sinodal,
em saída para todas as periferias,
comprometida com a defesa da vida!

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 17 de fevereiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Marcos 8, 27-33).
Pintura: Luís Henrique Alves Pinto.

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