A tua Palavra, Senhor,
é lâmpada para os meus pés.
Sim, Mestre dos caminhos de Deus,
embora vocacionados para a liberdade,
somos todos visceralmente Marta e Maria,
e, no dinamismo intenso próprio de nossas vidas,
nós precisamos aprender a cultivar o discernimento.
É decisivo saber, Senhor,
o tempo da escuta e da contemplação,
e a hora de pegar na bacia e a toalha para servir.
Sim, há momentos que são decisivos e necessários
para deixar aflorar a presteza solícita do amar e servir,
ante as urgências dos pobres e os desafios da comunidade,
mas, tudo isso, sem esquecer que precisamos de horizontes,
e que nos alimentamos da beleza do crepúsculo e da aurora.
Que teus discípulos e discípulas de hoje,
saibam de quantas muitas luas nós precisamos,
antes de tomarmos, com a tua sabedoria, as decisões.
Que a tua Igreja hoje, na necessária conversão sinodal,
na busca de fidelidade ao Evangelho da justiça e da irmandade,
saiba equilibrar, com a tua sabedoria do Reino, o ser Marta e o ser Maria.
Edward Guimarães
Belo Horizonte,17 de julho de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 10, 38-42).
Foto: Registro singular de dom Pedro Casaldáliga sendo “Marta” para ser cada vez mais “Maria” para o povo sofrido de São Félix do Araguaia.
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