O que terá levado Judas a ti trair?
Ele foi influenciado pela lógica do ter,
ou estava precisando de algum dinheiro?
E o que terá levado teus discípulos discutir?
Eles foram vítimas da sede indomável pelo poder,
ou se esqueceram do perigo do fermento dos fariseus?
Como teu discípulo hoje, confesso,
oh Mestre do Caminho da Vida Nova,
não consigo acolher como opção explicativa,
que teus discípulos não te amavam o suficiente,
ou que eles não estavam entusiasmados com o Reino,
afinal, eles deixaram tudo para responder ao teu chamado!
Tais questionamentos exigem reflexão mais profunda,
oh Profeta que encarna a nova humanidade,
capaz de penetrar as profundezas abissais de nosso ser,
pois, ser ambivalente é parte integrante da condição humana,
por isso faz toda a diferença assumir constante postura de vigilância,
e, o que é ainda mais decisivo, acolher e cultivar a alegria do “amar e servir”.
A tua vida, os ensinamentos e gestos proféticos,
fazem de ti mais que um mestre, uma testemunha,
da possibilidade de trilharmos o caminho da fidelidade,
pois, quando assumiste pra valer o ser em tudo igual a nós,
foi na condição humana, que tu venceste as maiores tentações
a da cobiça pelo ter, a da ânsia pelo poder e a do desejo pelo prazer!
Que nós, teus discípulas e discípulas de hoje,
sigamos confiantes com a luz e a força da Divina Ruah,
caminhemos com a certeza de que estais sempre conosco,
e tenhamos fé na misericórdia infinita do teu Abba querido!
Que a tua Igreja, povo de Deus a caminho, esteja enraizada em ti,
e seja fermento da Vida Nova, em pequenas comunidades de fé e partilha!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 06 de fevereiro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 22, 21-30).
Foto: Projeto arquitetura na periferia que procura reuni pequenos grupos de mulheres dispostas a aprender a construir suas casas e a ajudar no mutirão de construção das casas de suas vizinhas.
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