Não dá para tomarmos a decisão,
de ser teu discípulo ou tua discípula,
oh Profeta e Mestre do caminho do Reino,
e continuarmos a conviver do mesmo modo,
sem assumir, com coerência, as exigências éticas:
transformações necessárias a quem se converteu a Deus.
Importa, antes de tudo, se colocar disponível,
e, por experimentar a graça de ser amado por Deus,
assumir a atitude de quem acolhe o próximo como irmão,
cultivar o amar e servir a partir dos pobres, fracos e sofredores
comprometer-se com o testemunho do Reino da misericórdia,
sem olvidar que o seu dinamismo libertador exige “justiça e paz.”
Importa, de forma decisiva, cultivar postura de desapego,
e, por experimentar a beleza do projeto salvífico universal,
colocar-se ao lado das vítimas, vulneráveis e necessitados,
participar das lutas por acesso à vida digna e por cidadania,
assumir cada pessoa como irmã e uma filha amada de Deus,
lutar contra as formas de exclusão, discriminação e preconceito.
Importa perceber o valor da análise de conjuntura,
praticar o discernimento e o planejamento estratégico:
quais são os sinais de morte e de vida na atual situação?
quais são as ameaças e oportunidades para o avanço do Reino?
basta uma revisão em nosso caminhar ou urge novo jeito de agir?
é tempo de cuidarmos e melhorarmos as nossas relações?
as condições são favoráveis para construirmos algo novo?
Para ser teu discípulo ou discípula do Reino,
oh Profeta ressuscitado sempre estradeiro conosco,
é preciso acolher a presença amorosa do Abba querido,
e, como tu, confiar na luz e na força criativa do Ruah divina.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 04 de setembro de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 14, 25-33).
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