
Ao manifestares a tua ira, decepção e tristeza,
diante de lideranças políticas e religiosas,
com corações petrificados e insensíveis,
indiferentes à dor e ao sofrimento humano,
e que perderam a capacidade de discernir
o que é fundamental, decisivo e inegociável,
o que nos faz humanos uns com os outros,
tu revelas o teor do projeto salvífico do Pai,
e o conteúdo estruturante de tua missão,
de anunciar e testemunhar o Reino de Deus,
realidade libertadora atuante no meio de nós.
Ó Jesus, Mestre curador de nossa interioridade,
Luz que ilumina nossa dimensão mais profunda,
com tua postura ante do homem com a mão seca,
tu nos revelas a beleza amorosa de nosso Abba,
doador da vida e fonte maior de nossa dignidade,
e que com seu amor nos torna seus filhos e filhas,
nos irmana e interpela ao cultivo diário do amar:
a boa convivência, animada pela presteza solícita,
que se faz serviço e cuidado com os necessitados,
com os irmãos e irmãs pobres, doentes e sofredores.
Dá-nos o dom precioso de tua liberdade de amar,
de tua fidelidade e firmeza diante das ameaças
dos poderosos e privilegiados que não suportam
a igual dignidade dos filhos e filhas de Deus,
nem este amar que é capaz de dar a própria vida,
para que todos tenham vida e a sua dignidade
afirmada, reconhecida, protegida e garantida!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2025.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 3, 1-6).
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