Fomos acostumados a buscar os primeiros lugares,
a desejar sermos reconhecidos entre os mais importantes,
oh Mestre da mesa da irmandade e da justiça do Reino,
que assumimos como lema de vida e de ação cotidiana,
a lógica, insana e cruel, da busca e da disputa pelo poder.
Somos seduzidos pelo poder, pelo ter e pelo prazer,
desejamos vencer e conquistar, sem avaliarmos os meios,
as consequências, impiedosas e cruéis, de nossas ações,
na vida alheia ou no equilíbrio de nossa casa comum:
e a realidade social é consequência direta do que fazemos,
do nosso jeito egoísta e desumano de agir uns com os outros!
Desse modo vamos nos tornando socialmente insensíveis,
insaciáveis na sede de lucros e de acumulação de bens,
e indiferentes ante a perversa e iníqua desigualdade social,
diante da fome e da vida miserável de tantos irmãos e irmãs.
Diante dos pobres, sofredores e excluídos de uma vida digna,
nossas posturas contradizem a experiência do amor do Abba,
amor que nos irmana a todos e que nos interpela à conversão:
a assumirmos outra lógica de vida, centrada no amar e servir,
e desde os últimos, esquecidos, necessitados e marginalizados,
pois, somente assim, irradiaremos a luz e a beleza da graça divina,
espalharemos o perfume do dinamismo profético libertador do Reino.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 28 de agosto de 2022.
Poema provocado pelo Evangelho (Lucas 14, 1.7-14).
Seja o primeiro a comentar