Por teu viver tão descentrado,
oh Mestre dos caminhos da Luz,
tu nos revelas o ser e o rosto de Deus,
e as balizas do projeto salvífico libertador:
na acolhida solícita dos pobres e sofredores,
na escuta atenta do grito de dor dos oprimidos,
na denúncia da injustiça política e da hipocrisia religiosa,
no anúncio da presença do Reino da justiça e da irmandade.
Por teu viver tão descentrado,
oh Profeta do Evangelho da vida,
tu nos mostras que a porta é estreita,
e que amar, de fato, é o critério decisivo:
na acolhida terna e solidária dos vulneráveis,
no restaurar as forças e soerguer os abatidos,
no enfrentar as situações que ameaçam a vida,
nas lutas sociais contra a exclusão e a violência.
Que teus discípulos e discípulas hoje,
não deixem cair a tua profecia do Reino,
que concretizem a tua Igreja descentrada,
com as portas sempre abertas para acolher,
com atitudes em saída para todas as periferias,
tanto para aproximar, ouvir, acolher, cuidar e libertar,
quanto para incluir e compartilhar a mesa da irmandade,
Igreja hospital de campanha para curar os feridos no coração.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 12 de maio de 2023.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 25, 31-46).
Foto: Registro de uma roda de conversa de mulheres rurais com a educadora pernambucana Vanete Almeida (1943-2012). Seu trabalho com mulheres rurais teve início na década de 1980, quando saía de casa de madrugada e percorria 30 quilômetros de carona em caminhões com um único objetivo: conscientizar as mulheres dos seus direitos, quebrando séculos de repressão. Vanete deixou uma história de vida dedicada às causas sociais.
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