Agora eu sei, oh Mestre do Caminho,
porque, tantas vezes, alertaste aos discípulos,
a cerca do perigo do fermento dos fariseus
e da insensibilidade gélida dos doutores da lei:
o egoísmo é demoníaco e petrifica os corações,
a pessoa perde a sensibilidade ante do sofredor
e se torna entorpecida pela hipocrisia e arrogância.
Agora eu sei, oh Profeta da Justiça e da Fraternidade,
as razões de tua rejeição e de tua condenação à morte
o quanto sofreste diante de tua experiência de impotência:
nem a luz intensa de amor gratuito e misericordioso
que irradiavas, qual prisma, do teu Abba querido
foi capaz de dissipar as trevas de corações endurecidos
e fechados ao discernimento e ao cultivo da conversão.
Não quero o silêncio cúmplice ante a injustiça e a exclusão;
não quero a ignomínia de aceitar privilégios e subornos;
quero a tua sensibilidade e ternura ante os pobres e sofredores;
quero a tua coragem profética para enfrentar a hipocrisia
e todas as doentias manifestações de arrogância religiosa;
eu quero a tua paz inquieta e a tua liberdade criativa
de amar e servir diante da rigidez das leis e tradições.
Agora eu sei o quanto eu preciso de ti, Senhor Jesus!
Belo Horizonte, 29 de outubro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 14, 1-6).
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