Agora eu sei, oh Mestre do Caminho da divina liberdade,
porque, tantas vezes, alertaste aos discípulos e discípulas,
a cerca do grande e grave perigo do fermento dos fariseus,
de assumirmos a insensibilidade gélida dos doutores da lei:
o egoísmo é demoníaco e capaz de petrificar os corações,
de nos levar a perder a sensibilidade diante dos sofredores,
de nos tornar entorpecidos pela hipocrisia e pela arrogância.
Agora eu sei, oh Profeta da justiça e da fratersororidade,
as razões torpes de tua rejeição e condenação à morte,
o quanto sofreste diante de tua experiência de impotência:
nem aquela intensa luz de amor gratuito e misericordioso
que irradiavas, qual prisma solar, de nosso Abba querido,
foi capaz de dissipar as trevas dos corações endurecidos,
fechados ao discernimento e à necessária conversão a Deus.
Tu não queres o silêncio cúmplice diante da injustiça e exclusão;
não queres a corrupção de privilégios e subornos diabólicos;
queres, antes, a sensibilidade e a ternura ante os irmãos sofredores;
queres que tenhamos coragem para enfrentarmos a hipocrisia,
as manifestações de arrogância presentes no seio da comunidade;
Por isso nós te pedimos o dom precioso de tua paz inquieta,
o dom de tua liberdade criativa no amar, no servir e no cuidar,
de não cedermos ante a rigidez das leis e tradições religiosas:
agora eu sei o quanto precisamos de tua luz e força, Senhor Jesus!
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 03 de novembro de 2023.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 14, 1-6).
Imagem da guerra insana e cruel entre Israel e Palestina, com a morte de inúmeras crianças inocentes.
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