Tu tinhas consciência das consequências, Profeta fiel,
de teu assumir a missão de nos revelar o rosto do Pai,
de anunciar-testemunhar o projeto salvífico universal,
de explicitar o dinamismo libertador do Reino presente,
de nos encorajar a confiar na luz e força da Divina Ruah.
A tua coragem e lucidez diante dos fatos, Senhor Jesus,
do alto risco de mostrar que celebrar aliança com Deus,
não significa quaisquer privilégios em relação aos outros,
mas consciência e compromisso com a via do amar e servir,
do necessário zelo e cuidado para não deixar cair a profecia.
Se o Evangelho nos seduz, fascina e inspira, Mestre do Caminho,
ele igualmente nos incomoda, desinstala, purifica e nos interpela,
e, ao nos corresponsabilizar na práxis da justiça e na defesa da vida,
na partilha da fé e da vida nova e no cuidar da mesa da irmandade,
arranca-nos o medo da cruz e nos desafia a cultivar a tua fidelidade.
Celebrarmos juntos a tua Páscoa é tarefa profética e sempre decisiva,
pois ao fazermos memória do Deus fiel, que nos liberta e nos ressuscita,
e da tua fidelidade ao Evangelho do Amor até às últimas consequências,
como outrora Moisés e atualmente muitos de teus discípulos e profetas,
somos instados à tua fidelidade: superar o medo e assumir a cruz do amar.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 24 de maio de 2023.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 26, 1-5).
Foto: Memória de dois profetas, fiéis até as últimas consequências, na defesa da vida, Chico Mendes e Dorothy Stang, silenciados pela força das armas, ele assassinado há quase 35 anos, em 22 de dezembro de 1988 e ela há 18 anos, em 12 de fevereiro de 2005.
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