É tão bonito o cultivo de tua amizade,
com os irmãos Lázaro, Marta e Maria,
oh Mestre do coração libertado
libertado para amar, cuidar e servir,
com eles, tu compartilhaste a graça
de momentos ricos e inesquecíveis.
As tuas lágrimas de amor verdadeiro
ao saber da morte do amigo Lázaro,
e a tua decisão de arrancá-lo da morte,
os teus diálogos profundos à mesa,
com a atarefada e servidora Marta,
e com a introspectiva e atenta Maria.
Com a memória do que fizeste a Lázaro,
que delicadeza ímpar de tua amiga Marta,
oferecer-te a graça de um refinado jantar,
e que gesto profundo de tua amiga Maria,
ungir teus pés com bálsamo de nardo puro,
e enxugá-los delicadamente com os cabelos.
Ante a indelicada postura de Judas,
aquele teu discípulo que, dias depois,
o trairia por algumas moedas de prata,
tu revelaste que o sentido maior do gesto,
não tinha qualquer desprezo pelos pobres,
Maria antecipava os ritos de tua sepultura.
Dá-nos hoje e também amanhã e depois,
Mestre dos caminhos que nos libertam,
a graça de cultivarmos grandes amizades,
na centralidade do amar, cuidar e servir,
e o dom precioso de discernir, dos fatos,
os sinais do tempo, sinais de vida e de morte.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 25 de março de 2024.
Poema provocado pelo Evangelho (Jo 12, 1-11).
Seja o primeiro a comentar