Tu te encarnaste na periferia do Império,
e foi na escuta atenta dos empobrecidos,
levando a sério os seus gritos de dor,
que captaste o sentido da fé de Israel,
no Deus de Abraão, de Isaac e Jacó.
Deus para ti nunca foi um ser distante,
frio e pacato diante das dores do mundo,
Tu o experimentaste como teu Abba querido,
um Deus estradeiro e que a todos convida,
a entrar na ciranda do Reino que nos irmana.
Não queremos a fé dos saduceus,
que mensuram a sabedoria divina,
pela baliza de suas vidas abastadas,
no desejo de que a vida além desta vida,
seja a continuidade desta desigualdade.
Desejamos ter a fé dos despossuídos,
que confiam no poder e no amor divino,
Deus é a única fonte de sua esperança,
e não fazem especulação da vida eterna,
apenas colocam a vida nas mãos de Deus.
Dá-nos, ó Jesus, este dom tão precioso:
de alcançarmos, em nossa caminhada,
esta fé adulta dos irmãos pequeninos,
que vivem, já aqui, e na labuta da vida,
sem redomas nem prévias seguranças,
a esperança no poder e no amor de Deus.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 05 de junho de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mc 12, 18-27).
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