A doação, a oração e a privação voluntária

Tu cuidas, com esmero,
oh Mestre do Caminho,
do crescimento espiritual
e da libertação profunda,
de teus discípulos e discípulas.

Tu sabes de nossas fraquezas,
e de nossas vulnerabilidades,
das ciladas da falsidade,
das seduções da vaidade,
e das tentações da hipocrisia.

A doação, a oração e a privação,
quando vivenciadas com amor,
revelam-se fontes de libertação
diante das tentações humanas
do ter, do poder e do prazer.

Pela partilha com os necessitados,
somos estimulados ao desapego,
a não sermos indiferentes a situação
de nossos irmãos e irmãs empobrecidos,
e a assumir, com vigor, o caminho da justiça.

Pelo cultivo da oração a Deus,
somos interpelados pela Divina Ruah,
a ter coragem de abrir o nosso coração,
a deixar que as entranhas se iluminem,
e a assumir o caminho do amar e servir.

Pela prática voluntária do jejum,
somos provocados a nos libertar,
de tudo o que nos amarra e escraviza,
a exercitar o árduo caminho do desapego,
e, assim, ser mais generoso no amar e servir.

Que as vivências quaresmais sejam decisivas,
no árduo caminho de nossa conversão a Deus,
e de crescimento diário na libertação espiritual
e mais atentos às tentações da hipocrisia religiosa:
que tua Igreja seja sacramento vivo do Reino de Deus!

Edward Guimarães
Belo Horizonte, 02 de março de 2022.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 6, 1-6.16-18).
Foto: Mosteiro de Meteora na Grécia.

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