Tu deixaste bem claro a teus discípulos e discípulas,
oh Mestre e profeta dos caminhos que nos libertam,
que não basta a prática da esmola, da oração e do jejum,
porque Deus abomina a falsidade e a hipocrisia religiosa,
a mera preocupação com a imagem e o manter as aparências.
A conversão à fé verdadeira supõe uma entrega orante do coração,
uma intrepidez na prática da justiça aos olhos do Abba querido,
um cultivo esmerado da partilha de si e dos bens com a irmandade,
a conquista de uma liberdade libertada capaz de dizer não ao mal,
e um sim generoso e criativo ao dinamismo do amar, cuidar e servir.
Dá-nos, Jesus, o dom de tua fé peregrina e da liberdade de amar,
de tua fidelidade ao projeto salvífico universal do Abba querido:
no combate cotidiano, implacável e incansável, à hipocrisia religiosa,
na conquista aplicada da vivência religiosa autêntica e libertadora,
na busca de conversão diária a uma vida nova com sabor do Evangelho.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 14 de fevereiro de 2024.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Mt 6, 1-6. 16-18).
Imagem: Registro de Zilda Arns, a profeta fiel na defesa da dignidade da criança excluída e em situação de fome e miséria, com uma delas amorosamente no colo.
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