Hoje, como outrora, há tantos ignorantes da sabedoria divina,
indiferentes à revelação cotidiana do amor e dignidade divinas,
oferecida, de forma límpida, em cada frágil criança que nasce,
e, embora fiquem estupefatos com a diligente busca dos magos,
tentam impedir e até negar que o teu natal entre os mais pobres,
seja uma interpelação à conversão do egoísmo ao amor-partilha.
Certamente embriagados pela ânsia torpe do ter-prazer-poder,
não discernem que beleza, amor e simplicidade não se excluem,
negam reconhecer a direção indicada pela tua “Estrela guia”,
temem deixar o conforto conquistado com privilégios de classe,
não querem perder a segurança dada pelos muros dos palácios,
colocarem-se a caminho da periferia e encontrar-te em “Belém”.
Para acolher o teu Natal entre os mais pobres como Boa Nova,
como um chamado divino de conversão às exigências do amar,
importa abrir as portas de nosso coração e de nossos cofres,
partilhar com os pobres a nossa vida, tudo o que somos e temos,
e, com disposição solícita de quem descobriu a alegria de amar,
compartilhar a dor da exclusão e dar as mãos nas lutas infindas.
Que as famílias, os grupos de amigos e as comunidades de fé,
ao celebrarmos o teu Natal, digamos não ao egoísmo estrutural,
e a toda forma de hipocrisia social, econômica, política, religiosa,
demos testemunho de vida nova e compromisso com a justiça e a paz,
no cuidar do lugar de todos à mesa da irmandade dos filhos e filhas de Deus.
Edward Guimarães
Belo Horizonte, 08 de janeiro de 2023
Obs.: Poema oração provocado pelo Evangelho (Mateus 2, 1-12).
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