Quando contemplo a tua vida,
oh Profeta da Galiléia,
as tuas lágrimas, diante de Jerusalém,
me dão acesso aos teus sentimentos
e, sobretudo, a tua impotência,
que não é diferente da minha,
diante do mistério da liberdade,
da autonomia de cada pessoa.
Esta tua visível impotência,
oh Mestre do Caminho,
diante do fechamento humano,
da rejeição crescente a tua pessoa
e ao teu fiel profetismo do Reino,
me revelam traços surpreendentes
de Deus e de seu projeto salvífico.
Deus é fiel e estradeiro conosco,
é paciente, justo e misericordioso,
e sua aposta é nas vias do amor.
O projeto salvífico é aliança,
é um pacto entre liberdades,
a divina e a humana,
e passa necessariamente
pela livre acolhida,
consciente e responsável.
Sim, a sua concretização é frágil
e vulnerável à fraqueza humana,
mas é também generosidade,
é fé e uma aposta apaixonada:
que a luz do Amor seja mais forte,
que as trevas do egoísmo e da morte!
Belo Horizonte, 18 de novembro de 2021.
Poema oração provocado pelo Evangelho (Lucas 19, 41-44).
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